Introdução
Antigamente as algas eram
classificadas como um sub-reino primitivo no reino das plantas. Atualmente, sua
maior parte está classificada dentro do reino protista, ou, em outro grupo
principal chamado eucariontes, o qual inclui animais e plantas mais
desenvolvidas.
.De
qualquer forma, as algas caracterizam-se por serem organismos eucarióticos
unicelulares ou multicelulares que, em sua maioria, apresentam parede celular
formada de celulose e mais alguma substância como ágar, carragenina, carbonato
de cálcio etc. O corpo das algas multicelulares é chamado de talo e pode
apresentar-se como filamentos, lâminas ou estruturas que lembram caules e
folhas de plantas.
As algas
são autótrofas, isto é, são capazes de realizar fotossíntese e sintetizar
moléculas orgânicas (alimento) a partir de substâncias inorgânicas e da energia
da luz solar. A maioria apresenta cloroplastos cujo número e forma podem
variar, mas que sempre apresentam clorofila, pigmento importante para a
realização da fotossíntese. Além de diferentes tipos de clorofila (a, b, c, d
ou e), os cloroplastos das algas podem apresentar outros pigmentos, tais como
carotenos ou xantofilas. A presença desses pigmentos é uma característica muito
importante como critério de classificação.
O fato de
serem autótrofas faz das algas organismos de grande importância ecológica,,
representando a base da cadeia alimentar de oceanos e lagos. Além disso,
apresentam grande importância
econômica para o
ser humano.
Principais grupos de algas
Há três filos que agrupam exclusivamente algas unicelulares: as diatomáceas(Crisófitas),
os dinoflagelados(Pirrófitas) e os euglenóides (Euglenophyta). A maioria das espécies
nos dois primeiros grupos é encontrada nos oceanos, constituindo o principal
componente do fitoplâncton marinho, enquanto os euglenóides são, na sua
maioria, de água doce.
Euglenófitas
Os euglenóides não
possuem parede celular e apresentam uma característica bastante peculiar:
embora possuam cloroplastos e sejam fotossintetizantes, são capazes de
sobreviver na ausência de luz, ingerindo partículas de alimento do meio
externo, comportando-se, nesse caso, como heterótrofos. Os euglenóides encontram-se no mesmo grupo
dos tripanossomas e leishmanias (tradicionalmente classificados como
protozoários). Os euglenóides, assim como os dinoflagelados possuem flagelos
que auxiliam sua locomoção.
Dinoflagelatas
ou Pirrófitas
O filo dos dinoflagelados abriga algumas espécies curiosas.
Algumas delas não possuem cloroplastos, apresentando alimentação heterotrófica.
Outras vivem no interior das células de protozoários ou de alguns animais
marinhos, como cnidários e moluscos, sendo chamadas de zooxantelas.
Há ainda espécies do gênero Noctiluca que
emitem uma luz esverdeada provocando o fenômeno da bioluminescência do mar.
Este filo apresenta-se
também relacionado ao fenômeno da Maré vermelha em que ocorre uma enorme
proliferação dessas algas, colorindo a água de tons marrom-avermelhados e
eliminando substâncias que causam a morte de animais marinhos.
Crisófitas ou Diatomáceas
Tanto os
dinoflagelados como as diatomáceas possuem uma carapaça revestindo suas células.
A carapaça das diatomáceas é constituída de sílica e em alguns locais é
possível encontrar-se depósitos de carapaças que se acumularam no fundo do mar
ao longo de milhares de anos, formando os diatomitos, utilizados como matéria
prima para polidores e na fabricação de filtros e isolantes.
Feófitas
O filo das algas
pardas ou
feofíceas (Phaeophyta) apresenta apenas espécies multicelulares que podem ter
de alguns centímetros até mais de 60 m de comprimentos. Apresentam coloração
castanho-amarelada devido ao pigmento ficoxantina existente em seus
cloroplastos e certas espécies apresentam partes semelhantes às raízes e folhas
das plantas.
Neste filo encontra-se a Laminaria,
espécie conhecida como kombu, de importância na culinária japonesa:


Rodófitas
e Clorófitas
Dois outros filos apresentam tanto espécies unicelulares como
multicelulares: o das algas
vermelhas ou
rodofíceas (Rodophyta) e o das algas verdes ou clorofíceas (Chlorophyta).
Esses
dois filos apresentam espécies marinhas e de água doce e algumas terrestres que
vivem em ambientes úmidos como barrancos e troncos de árvores em florestas.
Algumas clorofíceas associam-se a fungos formando os liquens e
outras vivem no interior do organismo de animais de água doce como a Hydra, sendo
chamadas de zooclorelas.
Líquens
Entre as algas vermelhas
encontramos a Porphyra, também utilizada na
culinária japonesa, sendo chamada de nori.
A reprodução das algas
As algas,
tanto as unicelulares como as multicelulares, apresentam reprodução assexuada e
sexuada. Nas algas unicelulares a reprodução assexuada ocorre por divisão
binária, com um indivíduo dando origem a dois outros. No caso das algas
multicelulares, esse tipo de reprodução pode ocorrer por fragmentação do talo,
como é comum nas algas filamentosas, ou por zoosporia. Neste processo, um
indivíduo forma células flageladas chamadas de zoósporos que soltam-se e, ao
fixar-se em algum substrato, originam novos indivíduos.
A reprodução sexuada envolve, como em outros organismos, a fusão
de gametas haploides. Em algas unicelulares, como as Chlamydomonas,
cada indivíduo funciona como um gameta e, em certa fase de seu desenvolvimento,
dois indivíduos unem-se formando um zigoto que sofre meiose formando quatro
células-filhas. Em algas multicelulares filamentosas algumas células
transformam-se em gametas masculinos e outras em gametas femininos. Um gameta
masculino pode atingir o gameta feminino através de pontes que se estabelecem
entre filamentos diferentes. O zigoto que se forma liberta-se do filamento
materno e dá origem a novo talo.

Também é comum em várias espécies de algas multicelulares, a
ocorrência de um fenômeno chamado alternância de gerações.
Durante o ciclo de vida dessas algas alternam-se gerações de indivíduos haploides
que produzem gametas e indivíduos diploides que produzem esporos.