quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

As plantas se comunicam? Conheçam as “redes” químicas e genéticas dos vegetais

Para nós, as plantas estão lá, uma do lado da outra, paradinhas, sem envolvimento ou  qualquer de comunicação e inteligência. Aliás, os próprios conceitos de inteligência e comunicação são associados por nós a uma capacidade de ação dos animais, e a forma como eles interagem entre si. Mas esse pensamento, de que as plantas são seres inativos ou passivos, está equivocado! Várias pesquisas têm demonstrado que as plantas podem se comunicar por vários mecanismos, como por meio de sinais/compostos químicos, de associações com outros seres vivos ou mesmo por mecanismos genéticos! Não acredita? Então vou explicar.

Não é novidade que as plantas se associam a outros organismos, como é o caso da associação entre raízes e fungos (micorrizas), em que os fungos se beneficiam dos carboidratos produzidos pela planta no processo de fotossíntese, enquanto as plantas se beneficiam da proteção e de nutrientes absorvidos pelos fungos. Não apenas ocorre a interação entre uma planta e os fungos, como também a associação dos fungos com outras plantas (da mesma ou de outras espécies) possibilita um modo de compartilhamento de nutrientes, compostos tóxicos e até mesmo informações das plantas por meio dos filamentos fúngicos (hifas). Essas hipóteses são corroboradas por pesquisadores que comprovaram a passagem de nutrientes de plantas maiores para as menores, de forma que estas desenvolvam. Outras pesquisas ainda demonstraram que plantas contaminadas por parasitas ou atacadas por insetos são capazes de enviar sinais químicos por meio micorrízico a plantas saudáveis, e estas ao serem atacadas pela mesma praga, apresentam maior resistência.
Mas os fantásticos sistemas de comunicação não param por aí! Em 1880, Darwin já se interessava em compreender a “inteligência” das plantas. Hoje, além das simbioses, pesquisas indicam que as plantas se comunicam por meio de substâncias voláteis, ou seja, que viajam pelo ar, avisando sobre ataques de herbívoros sofridos, de forma que as outras plantas criem mecanismos de proteção. Secreções químicas também são uma estratégia utilizada para “viciar” insetos, como as formigas, servindo-lhes de protetor. As plantas ainda emitem sinais elétricos. Sabe os impulsos que ocorrem nas sinapses em animais? Então, as plantas têm um mecanismo muito similar! E esses sinais elétricos conseguem alcançar longas distâncias, desencadeando genes ou sinais bioquímicos que podem avisar, por exemplo, os ferimentos sofridos pelo vegetal.

Por fim, um novo mecanismo de comunicação descoberto, que ainda precisa ser  compreendido, é a troca de material genético. Isso mesmo! Pesquisas apontam que plantas parasitas são capazes de exercer o controle sobre suas hospedeiras por meio do transporte de RNA mensageiro, que, de forma simplista, é responsável por determinar o tipo de proteína produzida. Assim, a planta parasita controla a hospedeira, de forma a fazer com seus sistemas de defesa fiquem fragilizados. Para a biotecnologia, o principal interesse em entender esse mecanismo, é justamente fornecer meios de defesa contra invasores, aumentando a produtividade agrícola. É, parece que as “bichinhas” não são estáticas, estrutural, química ou molecularmente falando.

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Oleh

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