A vespa parasitoide Dinocampus coccinellae põe seus ovos no interior da joaninha Coleomegilla maculata. Vinte dias depois, uma única larva eclode e tece um casulo entre as pernas da joaninha, que está paralisada e apresenta apenas espasmos musculares involuntários e comportamento agressivo de defesa caso algum predador da vespa apareça. Ao longo da fase de pupa, o hospedeiro permanece vivo e posicionado na parte superior do casulo do parasitoide, servindo como um guarda-costas.
Depois de uma semana, o parasitoide adulto emerge do casulo. Algumas joaninhas conseguem se recuperar da paralisia, retomar a alimentação normal, podendo até se reproduzir. Até então, acreditava-se que ao injetar os ovos, a vespa secretava junto proteínas capazes de alterar a defesa imunológica e o desenvolvimento do hospedeiro.
Em pesquisas recentes, foi encontrado, na cabeça das joaninhas parasitadas, o vírus que seria o responsável pelo comportamento guarda-costas, apelidado de DcPV (Dinocampus coccinellae Paralisys Virus). Dado o atraso entre a oviposição pela vespa e o início do comportamento guarda-costas na joaninha, após este já não estar mais em contato com a vespa adulta para ser manipulada por esta, a hipótese é que seria o vírus trabalha em simbiose com a larva, já que este infecta o tecido nervoso do hospedeiro coccinelídeo, participando assim no comportamento de manipulação. Os resultados sugerem que as mudanças de comportamento na joaninha resultam da replicação viral de DcPV nos ganglios cerebrais do hospedeiro e não por uma manipulação direta pela vespa parasita. Isto oferece perspectivas para estimular a pesquisa sobre a manipulação parasitária sugerindo, pela primeira vez que a manipulação comportamento pode ser mediada por simbiontes.
Vespas parasitas se utilizam de vírus para transformar joaninhas em guarda-costas
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Oleh
josé