Se você é professor, aluno ou funcionário de qualquer escola pública ou privada de educação básica no Brasil, e não dispensa a sua dose de gás e açúcar na hora do intervalo, a sua vida pode ficar mais difícil daqui por diante. As três gigantes do comércio de refrigerantes no país – Coca-Cola, Ambev e Pepsico – decidiram radicalizar sua política de vendas e simplesmente não irão mais fornecer essa modalidade de bebida as escolas. Pelo menos, não aquelas cuja maior parte dos alunos contemple a faixa etária até os 12 anos.
Segundo as empresas, a decisão não foi motivada por qualquer pressão popular ou de órgãos públicos. Embora já haja um projeto de lei no estado de Minas Gerais propondo a proibição da venda de refrigerantes em escolas – que, inclusive, já é uma realidade em países como França, Reino Unido, Chile e México – a medida por aqui partiu das próprias empresas que entenderam que precisam fazer a sua parte no combate a obesidade infantil.
A preocupação com o excesso de gordura corporal deve-se ao fato de ela ser a porta de entrada para uma série de outras complicações, que vão desde a apneia do sono até diabetes e doenças cardiovasculares. Para quem não sabe, a obesidade já é considerada pela OMS como um dos mais graves problemas de saúde pública no mundo e, no Brasil, ela já atinge pelo menos 14% das crianças entre cinco e nove anos de idade. Dentre os vários motivos que podem ocasiona-la, o mais frequente é a ingestão excessiva de calorias proporcionada pela má alimentação.
E é exatamente aí que estas empresas entram. É fato óbvio que crianças, em sua maioria, são movidas meramente pelo paladar ao escolher este ou aquele produto. Quem se preocupa – ou pelo menos, deveria se preocupar – com valores nutricionais são os pais, que, em regra, não estão presentes com os filhos na escola. Logo, suspender as vendas nestes ambientes foi a maneira que as empresas encontraram de auxiliá-los na educação dos pequenos. E antes que você conteste – com toda a razão, diga-se de passagem – que os sucos de caixinha são tão açucarados quanto os refrigerantes, saiba que as empresas também pensaram nisso e a proposta delas é disponibilizar nestes locais APENAS sucos 100% fruta, além de água mineral, água de coco e bebidas lácteas que atendam os critérios nutricionais impostos pela legislação.
A regra vale apenas para as escolas que compram os produtos diretamente dos fornecedores. Mas mesmo para aquelas que adquirem as bebidas em outros locais, como supermercados e adegas, as empresas informam que, embora não tenham poder para fiscalizar a venda dentro das escolas, pretendem instaurar campanhas de conscientização para sensibilizar os diretores a aderirem a tendência mundial. Além disso, mesmo nas escolas com predominância de alunos mais velhos, a Coca-Cola comercializará apenas a latinha menor de 250ml. A ideia é reduzir o consumo de açúcar mesmo entre os mais velhos, já que uma única latinha contém 36g de açúcar – 11 gramas a mais do que a OMS recomenda para consumo em um dia inteiro.
Coca-Cola, Ambev e Pepsico não venderão mais refrigerantes em escolas
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Oleh
josé