quinta-feira, 2 de maio de 2019

Primeira molécula do Universo é detectada no espaço

O primeiro tipo de molécula que se formou no Universo foi detectado no espaço pela primeira vez, após décadas de busca, informou a Nasa na última quarta-feira (17).
A molécula é um casamento improvável de hélio e hidrogênio, conhecido como íon hidro-hélio, ou HeH+. Os cientistas fizeram a descoberta em nossa própria galáxia usando o maior observatório aerotransportado do mundo, o Observatório Estratosférico da NASA para a Astronomia Infravermelha, ou SOFIA.
Mais de 13 bilhões de anos atrás, o Universo era uma sopa indiferenciada de três elementos simples, de átomo único. As estrelas só se formariam 100 milhões de anos depois.
Apenas 100 mil  anos após o Big Bang, surgiu a primeira molécula.
“Foi o começo da química”, disse David Neufeld, professor da Universidade John Hopkins e coautor do estudo, que detalha como — depois de uma busca de décadas — os cientistas finalmente detectaram essa molécula no espaço. “A formação de HeH+ foi o primeiro passo em um caminho de complexidade crescente no Universo. Uma mudança tão importante como a da vida de célula única para a vida multicelular na Terra”, disse Neufeld à AFP.
Modelos teóricos há muito tempo convenceram os astrofísicos de que o HeH+ veio primeiro, seguido — em uma ordem precisa — por um desfile de outras moléculas cada vez mais complexas e pesadas.
O HeH+ também foi estudado em laboratório em 1925, mas o HeH+ em seu habitat natural permanecia além do alcance dos cientistas.
“A falta de provas definitivas de sua própria existência no espaço interestelar tem sido um dilema para a astronomia por um longo tempo”, disse o autor principal, Rolf Gusten, cientista do Instituto Max Planck de Radioastronomia, em Bonn.
Na década de 1970, os modelos sugeriam que o HeH+ deveria existir em quantidades significativas nos gases brilhantes ejetados pela morte de estrelas semelhantes ao Sol, que criavam condições semelhantes às encontradas no Universo primordial.O problema era que as ondas eletromagnéticas emitidas pela molécula estavam em um alcance anulado pela atmosfera da Terra e, portanto, indetectável do solo.
Assim, a NASA e o Centro Aeroespacial Alemão uniram forças para criar um observatório aéreo com três componentes principais: um enorme telescópio de 2,7 metros, um espectrômetro de infravermelho e um Boeing 747 grande o suficiente para carregá-los.
A uma altitude de quase 14 mil metros, o observatório Estratosférico de Astronomia de Infravermelho, ou SOFIA, evitou 85% do “ruído” atmosférico de telescópios terrestres.
Os dados de uma série de três voos em maio de 2016 continham a evidência molecular que os cientistas há muito procuravam, entrelaçada na nebulosa planetária NGC 7027, a cerca de três mil anos-luz.
“A descoberta de HeH+ é uma demonstração dramática e bela da tendência da natureza a formar moléculas”, disse Neufeld.
Reprodução: ciencianautas

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Oleh

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