Chef André Saburó faz alerta sobre necessidade de conscientização do consumo de peixes no Brasil em toda sua linha de produção
Pesquisas projetam que até 2030 haverá mais plásticos nos oceanos do que peixes. Durante a palestra 'FICAPEIXE: posicionamentos para o futuro dos pescados', realizado nesta quinta-feira, 24, em São Paulo, durante o Mesa SP, o chef André Saburó, eleito o chef do ano no prêmio Melhores do Ano da Prazeres da Mesa, em 2013, alertou sobre a necessidade da conscientização sobre o consumo de pescados no Brasil, desde a pesca à mesa.Saburó ressaltou não só para a ameaça da sobrepesca, um problema há muito tempo conhecido, mas também para a urgência da proteção dos berçários, áreas importantes para a reprodução de peixes que, hoje, enfrenta a falta de saneamento básico como um dos maiores riscos para a sua existência.
Outro ponto levantado durante a palestra foi para a falta de uma gestão de pesca eficiente no Brasil. O país é signatário de inúmeros acordos internacionais que visam a boa governança dessa atividade, mas, para Saburó, falta efetivamente colocar em prática o que a teoria contempla. Para ele, falta uma legislação que vise todas as demandas e necessidades do setor.
Por outro lado, Saburó comentou práticas, que, mesmo pequenas, têm apontado para um caminho com bons resultados para o futuro da pesca no país. O trabalho realizado pela Fish Tag é um exemplo.
A startup monitora o trajeto do peixes, desde o seu desembarque nos portos até os restaurantes. Entre os serviços oferecidos, existe um cuidado com o monitoramento da temperatura do produto durante todo o trajeto, além do fornecimento de informações, através de um QR Code, da pesca, do perfil do pescador e a certificação de que todo o modo de cultivo não agride o ambiente e que as condições de trabalho daquele fornecedor são justas. "Todo produtor tem dificuldades para buscar o peixe do mar", comentou o chef.
Já na sua cozinha, Saburó se certifica que o futuro do peixe seja garantido com o aproveitamento da peça como um todo, sem desperdícios. Dessa metologia surgiu, por exemplo, o foie gras do mar, que os olhos atentos do chef perceberam em um fígado gordo de um pescado. “Não existe gestão de pesca no Brasil. Preciso contar com o apoio da população, e os chefs têm papel importante.Temos de reverter isso, ou então não vamos ter peixe. Essa é a realidade”, finaliza.
A palestra 'FICAPEIXE: posicionamentos para o futuro dos pescados', ministrada pelo chef André Saburó faz parte da programação do Mesa SP, um evento anual de gastronomia realizado pela revista Prazeres da Mesa, que ocorre entre os dias 24 e 27 de outubro, no Memorial da América Latina, em São Paulo.
Por outro lado, Saburó comentou práticas, que, mesmo pequenas, têm apontado para um caminho com bons resultados para o futuro da pesca no país. O trabalho realizado pela Fish Tag é um exemplo.
A startup monitora o trajeto do peixes, desde o seu desembarque nos portos até os restaurantes. Entre os serviços oferecidos, existe um cuidado com o monitoramento da temperatura do produto durante todo o trajeto, além do fornecimento de informações, através de um QR Code, da pesca, do perfil do pescador e a certificação de que todo o modo de cultivo não agride o ambiente e que as condições de trabalho daquele fornecedor são justas. "Todo produtor tem dificuldades para buscar o peixe do mar", comentou o chef.
Já na sua cozinha, Saburó se certifica que o futuro do peixe seja garantido com o aproveitamento da peça como um todo, sem desperdícios. Dessa metologia surgiu, por exemplo, o foie gras do mar, que os olhos atentos do chef perceberam em um fígado gordo de um pescado. “Não existe gestão de pesca no Brasil. Preciso contar com o apoio da população, e os chefs têm papel importante.Temos de reverter isso, ou então não vamos ter peixe. Essa é a realidade”, finaliza.
A palestra 'FICAPEIXE: posicionamentos para o futuro dos pescados', ministrada pelo chef André Saburó faz parte da programação do Mesa SP, um evento anual de gastronomia realizado pela revista Prazeres da Mesa, que ocorre entre os dias 24 e 27 de outubro, no Memorial da América Latina, em São Paulo.
Reprodução: Terra
Haverá mais plásticos que peixes no oceano até 2030
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Oleh
Pedro Rios