De acordo com pesquisa, a maior parte dos acidentes acontece no Mato Grosso do Sul. Entenda por que a extinção dessa espécie é um risco para diversas outras
O tatu-canastra (Priodontes maximus) habita diversos biomas brasileiros: ele está na Amazônia, no Cerrado, no Pantanal e na Mata Atlântica. A espécie é conhecida como o "engenheiro das florestas" — o buraco de cinco metros de profundidade onde ele passa o dia todo é usado como proteção por outros animais durante a noite, quando o tatu-canastra sai da toca. Imagine, então, o impacto que a extinção desses animais pode provocar.
Infelizmente, esse não é um cenário impossível. O animal está classificado como vulnerável pela lista vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para Conservação da Natureza. Nas últimas três gerações, o declínio populacional foi de pelo menos 30%.
Isso se deve a diversos fatores: baixa taxa de natalidade, grande intervalo entre as gestações e... atropelamento em rodovias. É o que mostra um estudo publicado no início de maio na revista científica Biotropica, que contou com a participação de pesquisadores brasileiros e estrangeiros.
A pesquisa, feita entre 2007 e 2020, registrou 24 atropelamentos em 12 rodovias do Brasil, nos biomas Cerrado, Pantanal e Amazônia. O Cerrado é onde mais acontecem os atropelamentos da espécie: 22 animais foram mortos nos últimos 14 anos. Só o estado de Mato Grosso do Sul teve 15 tatus-canastra atropelados nos últimos cinco anos. A rodovia monitorada na Mata Atlântica, por outro lado, não contabilizou acidentes envolvendo o bicho.
Para obter esses dados, foram usadas armadilhas fotográficas, que flagraram momentos de risco tanto para o tatu quanto para os motoristas.“Potencialmente, os mamíferos de grande porte, como o tatu-canastra, são os mais impactados nas rodovias, uma vez que se deslocam em grandes distâncias, o que aumenta a possibilidade de travessia [em rodovias] e, consequentemente, de atropelamentos”, explica um dos autores do estudo, Arnaud Desbiez, coordenador do projeto Tatu-Canastra, realizado pelo Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e o Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS).
De acordo com o especialista, essa é a maior de todas as espécies de tatus: eles podem chegar a um metro e meio de comprimento e pesar mais de 50 quilos.
Uma possível solução para evitar atropelamentos desses e de outros animais seria a construção de passagens subterrâneas nas regiões de maior risco, por exemplo. “Essas estruturas podem tornar estradas e rodovias mais permeáveis, reduzir o risco do atropelamento dos tatus-canastra e estabelecer a conectividade entre as populações selvagens”, destaca Aureo Banhos, colaborador do estudo e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em comunicado divulgado à imprensa.
Isso se deve a diversos fatores: baixa taxa de natalidade, grande intervalo entre as gestações e... atropelamento em rodovias. É o que mostra um estudo publicado no início de maio na revista científica Biotropica, que contou com a participação de pesquisadores brasileiros e estrangeiros.
A pesquisa, feita entre 2007 e 2020, registrou 24 atropelamentos em 12 rodovias do Brasil, nos biomas Cerrado, Pantanal e Amazônia. O Cerrado é onde mais acontecem os atropelamentos da espécie: 22 animais foram mortos nos últimos 14 anos. Só o estado de Mato Grosso do Sul teve 15 tatus-canastra atropelados nos últimos cinco anos. A rodovia monitorada na Mata Atlântica, por outro lado, não contabilizou acidentes envolvendo o bicho.
Para obter esses dados, foram usadas armadilhas fotográficas, que flagraram momentos de risco tanto para o tatu quanto para os motoristas.“Potencialmente, os mamíferos de grande porte, como o tatu-canastra, são os mais impactados nas rodovias, uma vez que se deslocam em grandes distâncias, o que aumenta a possibilidade de travessia [em rodovias] e, consequentemente, de atropelamentos”, explica um dos autores do estudo, Arnaud Desbiez, coordenador do projeto Tatu-Canastra, realizado pelo Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e o Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS).
De acordo com o especialista, essa é a maior de todas as espécies de tatus: eles podem chegar a um metro e meio de comprimento e pesar mais de 50 quilos.
Uma possível solução para evitar atropelamentos desses e de outros animais seria a construção de passagens subterrâneas nas regiões de maior risco, por exemplo. “Essas estruturas podem tornar estradas e rodovias mais permeáveis, reduzir o risco do atropelamento dos tatus-canastra e estabelecer a conectividade entre as populações selvagens”, destaca Aureo Banhos, colaborador do estudo e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em comunicado divulgado à imprensa.
Reprodução: Revista Galileu
Atropelamentos em rodovias brasileiras ameaçam existência do tatu-canastra
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Oleh
Pedro Rios