quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Câncer maligno é diagnosticado em fóssil de dinossauro pela primeira vez

O animal, que viveu há 76 milhões de anos, foi diagnosticado com osteossarcoma — um tipo de câncer que também atinge os humanos


Pesquisadores do Museu Real de Ontário em parceria com a Universidade McMaster, ambas do Canadá, encontraram, pela primeira vez, um câncer ósseo maligno no fóssil de um dinossauro. O estudo foi publicado na revista científica The Lancet Oncology nesta segunda-feira (3).

O animal, que viveu há cerca de 76 milhões de anos, pertencia à espécie Centrosaurus apertus e foi descoberto na cidade canadense de Alberta em 1989. Uma das características que mais chamou a atenção do pesquisadores foi uma espécie de "fratura curativa" em um dos membros do fóssil. Em 2017, cientistas decidiram investigá-la usando técnicas médicas: eles reuniram uma equipe de especialistas multidisciplinares e profissionais médicos de áreas como patologia, radiologia, cirurgia ortopédica e paleopatologia.

O grupo examinou o osso, realizou tomografias computadorizadas de alta resolução e usou ferramentas de reconstrução para visualizar a progressão do câncer. Assim, usando esse processo rigoroso, os pesquisadores chegaram ao diagnóstico de osteossarcoma — um câncer ósseo que se espalha rapidamente, tanto no osso em que se origina como em outros órgãos, incluindo o pulmão.

"O diagnóstico de cânceres agressivos como este em dinossauros são difíceis e requerem conhecimento médico e vários níveis de análise para identificar adequadamente", disse, em nota, o coautor Mark Crowther, professor de patologia e medicina molecular da Universidade McMaster. "Aqui, mostramos a inconfundível assinatura do câncer ósseo avançado em um dinossauro. É muito emocionante".

Para confirmar esse diagnóstico, eles compararam o fóssil a um osso normal de um dinossauro da mesma espécie, bem como a uma fíbula humana com um caso confirmado de osteossarcoma. Apesar de o fóssil ser de um dinossauro adulto com um estágio avançado de câncer — que pode ter invadido outros sistemas do corpo —, os cientistas acreditam que ele morreu quando foi atingido por uma grande enchente.

Essa técnica inovadora também poderá ajudar na criação de vínculos entre doenças humanas e doenças do passado, podendo estabelecer uma evolução. Evidências de muitas outras doenças que compartilhamos com dinossauros e outros animais extintos ainda podem estar em coleções de museus que precisam ser reexaminadas.

Reprodução: Revista Galileu

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Oleh

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