segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Saco de lixo desenvolvido por empresa brasileira consegue eliminar coronavírus, diz Unicamp

Instituto de Biologia confirmou capacidade antiviral do produto que, segundo instituição, utiliza tecnologia inédita; material deve estar disponível no mercado nas próximas semanas.



A Unicamp comprovou a capacidade de um saco de lixo fabricado no Brasil capaz de eliminar o novo coronavírus. Testes realizados pelo Instituto de Biologia mostram que o produto removeu 99,9% dos vírus. Segundo a Universidade Estadual de Campinas (SP), a tecnologia é inédita e a previsão da companhia é distribuir o item no mercado "nas próximas semanas".

O laudo elaborado pela instituição apontou que três amostras diferentes do saco de lixo foram colocadas em contato com o vírus da Covid-19 em diferentes tempos de exposição. De acordo com a virologista e professora titular do Instituto de Biologia de Unicamp, Clarice Weis Arns, o vírus foi totalmente inativado durante todos os intervalos, que variaram entre uma, seis, 24 e 72 horas.

O teste considerou a tecnologia, incorporada ao plástico durante a fabricação, uma potencial agente para destruir vírus dos grupos dos coronavírus. Os experimentos foram feitos com coronavírus, H1N1 e adenovírus.

"É um projeto muito interessante. A tecnologia é brasileira e foi incrível observar a capacidade antiviral que o produto tem. O maior benefício disso é para nós, usuários, que podemos levar o saco de um lugar para outro sem risco. O vírus foi totalmente inativado e a contaminação entre a embalagem e o usuário é eliminada. Outra contribuição é que o produto usado para remover o vírus fica no plástico de maneira permanente", disse a professora ao G1.

Como é feita a remoção do vírus?

O procedimento da empresa, que tem plantas em Hortolândia (SP) e Manaus (SP), consiste em adicionar ao plástico, já no momento da fabricação, uma espécie de aditivo antisséptico. O composto age diretamente na membrana do saco de lixo e envolve o material.

A partir disso, o produto inativa as proteínas e as gorduras, e quebra toda a estrutura genética do vírus, o que impede a transição para as células humanas e, consequentemente, a contaminação.

Todos os sacos de lixo produzidos com essa tecnologia terão coloração cinza, para facilitar o consumidor a identificar o produto. Segundo a companhia, eles serão distribuídos em toda a rede varejista do país e cada estabelecimento vai colocar no mercado com uma margem diferente de preço, por isso ainda não é possível especificar o valor.

Novos produtos

Após os sacos de lixo entrarem no mercado, a Unicamp e a empresa já preparam novos testes em outros produtos, desenvolvidos com o mesmo processo, como aventais que serão usados por profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate à Covid-19.

Reprodução: G1

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Oleh

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