Vírus sorrateiro
De acordo com Apoorva Mandavilli, do The New York Times, desde o início da pandemia, entre 40% e 60% dos pacientes hospitalizados em virtude do contágio do Sars-CoV-19 apresentaram complicações neurológicas. Estas incluem cefaleias, delírios e confusão mental, assim como lesões nervosas sérias, e um estudo recente – apresentado por cientistas da Universidade de Yale, nos EUA – mapeou o possível processo através do qual o novo coronavírus desencadeia esses problemas.
A pesquisa envolveu diferentes frentes, como a análise de “mini cérebros” feitos em laboratório e do tecido cerebral obtido de um indivíduo que faleceu em decorrência da Covid-19, assim como o exame de diagnósticos por imagem de pacientes contaminados e até o estudo de 3 grupos de ratinhos – 1 com receptores para a proteína ACE2 apenas nos pulmões, outro com receptores somente nos neurônios e um terceiro grupo de controle.
Os resultados não só apontaram que o novo coronavírus pode, sim, invadir as células nervosas e contaminar o cérebro, como pode usar os neurônios para fazer cópias de si mesmo no hospedeiro. Além disso, conforme observaram os cientistas, o vírus, em vez de prejudicar as células invadidas, ele suprime o fornecimento de oxigênio aos neurônios próximos, fazendo com que eles enfraqueçam e morram.
O interessante é que, normalmente, quando o cérebro é infectado por um vírus – como seria o caso do Zika, por exemplo –, o sistema imunológico é acionado e parte para o ataque. Mas, em pacientes diagnosticados com a Covid-19 que desenvolveram complicações neurológicas, parece que não ocorre qualquer resposta imune.
De acordo com Apoorva Mandavilli, do The New York Times, desde o início da pandemia, entre 40% e 60% dos pacientes hospitalizados em virtude do contágio do Sars-CoV-19 apresentaram complicações neurológicas. Estas incluem cefaleias, delírios e confusão mental, assim como lesões nervosas sérias, e um estudo recente – apresentado por cientistas da Universidade de Yale, nos EUA – mapeou o possível processo através do qual o novo coronavírus desencadeia esses problemas.
A pesquisa envolveu diferentes frentes, como a análise de “mini cérebros” feitos em laboratório e do tecido cerebral obtido de um indivíduo que faleceu em decorrência da Covid-19, assim como o exame de diagnósticos por imagem de pacientes contaminados e até o estudo de 3 grupos de ratinhos – 1 com receptores para a proteína ACE2 apenas nos pulmões, outro com receptores somente nos neurônios e um terceiro grupo de controle.
Os resultados não só apontaram que o novo coronavírus pode, sim, invadir as células nervosas e contaminar o cérebro, como pode usar os neurônios para fazer cópias de si mesmo no hospedeiro. Além disso, conforme observaram os cientistas, o vírus, em vez de prejudicar as células invadidas, ele suprime o fornecimento de oxigênio aos neurônios próximos, fazendo com que eles enfraqueçam e morram.
O interessante é que, normalmente, quando o cérebro é infectado por um vírus – como seria o caso do Zika, por exemplo –, o sistema imunológico é acionado e parte para o ataque. Mas, em pacientes diagnosticados com a Covid-19 que desenvolveram complicações neurológicas, parece que não ocorre qualquer resposta imune.
Risco
No caso dos ratinhos, ao serem infectados com o novo coronavírus, os pesquisadores observaram uma rápida e importante redução no número de sinapses – nome dado às conexões entre os neurônios – nos bichinhos do grupo com a proteína ACE2 nas células cerebrais. Os bichinhos apresentaram ainda uma dramática perda de peso e muitos evoluíram para óbito em apenas 6 dias – o que não foi observado nos animais do grupo com a ACE2 nos pulmões, sugerindo que, quando o cérebro é infectado, a doença pode ser bastante mais grave.
Com relação aos humanos, a suspeita é de que os vírus cheguem aos neurônios através da corrente sanguínea, por meio dos olhos ou do bulbo olfativo. Mas os pesquisadores precisam investigar mais amostras humanas para determinar como exatamente o Sars-CoV-19 chega ao cérebro, com qual frequência a infecção realmente provoca danos neurológicos e o que torna determinados pacientes mais susceptíveis do que outros. Ademais, não ficou claro ainda se os quadros decorrentes dessa situação são ou não reversíveis, nem que tipo de sequelas eles deixam.
Vale destacar que, segundo Mandavilli, apesar de as evidências estarem ganhando cada vez mais peso, pode que em muitos pacientes os danos neurológicos não sejam resultantes necessariamente da infecção de células cerebrais, mas dos diferentes processos inflamatórios desencadeados no organismo pelo Sars-CoV-19, e que também podem ocasionar complicações no sistema nervoso central.
No caso dos ratinhos, ao serem infectados com o novo coronavírus, os pesquisadores observaram uma rápida e importante redução no número de sinapses – nome dado às conexões entre os neurônios – nos bichinhos do grupo com a proteína ACE2 nas células cerebrais. Os bichinhos apresentaram ainda uma dramática perda de peso e muitos evoluíram para óbito em apenas 6 dias – o que não foi observado nos animais do grupo com a ACE2 nos pulmões, sugerindo que, quando o cérebro é infectado, a doença pode ser bastante mais grave.
Com relação aos humanos, a suspeita é de que os vírus cheguem aos neurônios através da corrente sanguínea, por meio dos olhos ou do bulbo olfativo. Mas os pesquisadores precisam investigar mais amostras humanas para determinar como exatamente o Sars-CoV-19 chega ao cérebro, com qual frequência a infecção realmente provoca danos neurológicos e o que torna determinados pacientes mais susceptíveis do que outros. Ademais, não ficou claro ainda se os quadros decorrentes dessa situação são ou não reversíveis, nem que tipo de sequelas eles deixam.
Vale destacar que, segundo Mandavilli, apesar de as evidências estarem ganhando cada vez mais peso, pode que em muitos pacientes os danos neurológicos não sejam resultantes necessariamente da infecção de células cerebrais, mas dos diferentes processos inflamatórios desencadeados no organismo pelo Sars-CoV-19, e que também podem ocasionar complicações no sistema nervoso central.
Reprodução: Tecmundo
Estudo revela como o novo coronavírus pode infectar o cérebro
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Oleh
Beth Medauar