terça-feira, 8 de setembro de 2020

Manipulação do DNA é a base da nova revolução alimentar


Em 2018, o mundo foi alertado sobre a extinção da mais popular e comercial espécie de banana, dizimada por uma praga ainda sem nenhum controle. A fruta foi apenas 1 entre as dezenas de espécies de plantas comestíveis cuja manipulação humana deixou pelo caminho a variedade genética.

Dessa forma, isso é o que os cientistas estão tentando recuperar com a ajuda da manipulação dos genes através de Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçadas (em inglês, Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats — Crispr), técnica em que uma enzima bacteriana é usada para editar sequências de DNA.

Um dos expoentes na área é o agrônomo e botânico Lázaro Eustáquio Pereira Peres, especialista em fisiologia vegetal. Ele e sua equipe da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), em vez de tentarem consertar milênios de domesticação, voltaram-se para a espécie selvagem e, a partir disso, usaram a edição do DNA para recuperar algumas das melhores características do tomate.

“Combinamos características agronomicamente desejáveis a outras úteis, presentes em linhagens selvagens. Com a domesticação, houve alteração não somente na morfologia como no tamanho, no número de tomates em cada ramo e no seu valor nutricional. As características benéficas das espécies selvagens, como resistência a doenças e tolerância ao estresse, foram perdidas”, explicou ele no estudo publicado na Nature.

Mais nutritivo e resistente

Um dos primeiros resultados foi um tomate geneticamente modificado que produz 500% mais licopeno (um antioxidante celular) em relação ao selvagem. Em 2 anos, eles partiram de um tomate melhor, porém minúsculo, para frutos 3 vezes maiores, com 10 vezes mais tomates em cada ramo e mantendo as mesmas características aprimoradas.

Em 2018, o mundo foi alertado sobre a extinção da mais popular e comercial espécie de banana, dizimada por uma praga ainda sem nenhum controle. A fruta foi apenas 1 entre as dezenas de espécies de plantas comestíveis cuja manipulação humana deixou pelo caminho a variedade genética.

Dessa forma, isso é o que os cientistas estão tentando recuperar com a ajuda da manipulação dos genes através de Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçadas (em inglês, Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats — Crispr), técnica em que uma enzima bacteriana é usada para editar sequências de DNA.

Controlar os caminhos genéticos pode ser a chave para conseguir vegetais mais nutritivos e resistentes tanto a pragas quanto a elementos, como o frio e a seca. Peres é um entre milhares de pesquisadores ao redor do mundo, em centenas de laboratórios de pesquisa e desenvolvimento, trabalhando naquela que é considerada a próxima "revolução alimentar".

A Crispr está sendo usada hoje desde no clareamento de cogumelos (que escurecem quando fatiados) à criação de grãos de café sem cafeína e trigo com níveis reduzidos de glúten, passando pela sobrevivência de frutas altamente consumidas mundialmente, como a já citada banana e o cacau, ambos atacados por pragas ainda sem remédio, cuja única "cura" é a incineração de toda a plantação.

Reprodução: Tecmundo

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Oleh

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