Cientistas usaram método de machine learning para identificar espécies com potencial de serem hospedeiras de novas recombinações do vírus
As alpacas podem ser suscetíveis a hospedar o novo coronavírus (Foto: Paul Summers / Unsplash)
Um estudo realizado por especialistas da Universidade de Liverpool, no Reino Unido, e publicado na última terça-feira (16) na revista Nature Communications, identifica mamíferos que são fontes potenciais para gerar novos coronavírus, incluindo espécies relacionadas a surtos anteriores, como morcego-ferradura, civetas de palmeira e pangolins.
Prever quais animais são candidatos a originar epidemias de coronavírus pode orientar abordagens para evitar a propagação entre bichos e humanos. "Novos coronavírus podem surgir quando duas cepas diferentes coinfectam um animal, fazendo com que o material genético viral se recombine", explica, em nota, a pesquisadora colíder Maya Wardeh, do Instituto de Infecção, Ciências Veterinárias e Ecológicas da universidade. "Nossa compreensão de como diferentes mamíferos são suscetíveis a diferentes coronavírus foi limitada, mas tais informações podem oferecer insights sobre onde a recombinação viral pode ocorrer."
Os especialistas usaram um sistema de machine learning para prever relações entre 411 cepas de coronavírus e 876 espécies hospedeiras de mamíferos em potencial. O método prediz os animais com maior probabilidade de serem coinfectados e, portanto, virarem hospedeiros de recombinações de coronavírus.
Os resultados sugerem que há pelo menos 11 vezes mais associações entre espécies de mamíferos e cepas de coronavírus do que estudos observaram até agora. Além disso, estima-se que o número de espécies suscetíveis a essas infecções seja 40 vezes maior do que se pensava.
"Dado que os coronavírus frequentemente sofrem recombinação quando coinfectam um hospedeiro, e que a Covid-19 é altamente infecciosa para humanos, a ameaça mais imediata à saúde pública é a recombinação de outros coronavírus com o Sars-CoV-2", avalia Marcus Blagrove, colíder do estudo.
Os pesquisadores observam que seus resultados baseiam-se em dados limitados sobre genomas de coronavírus e associações vírus-hospedeiro, e que há vieses de estudo para certas espécies animais. No entanto, testes recentes de hospedeiros mamíferos já confirmaram várias das previsões da pesquisa de Liverpool, como o cão-guaxinim, a cabra doméstica e a alpaca. Novos hospedeiros previstos incluem o macaco verde africano e o morcego amarelo asiático.
"É importante notar que recombinação viram é distinta de mutação. Recombinação ocorre ao longo de períodos maiores e pode gerar cepas ou espécies completamente novas", pontua Blagrove. "Nosso trabalho pode ajudar a direcionar programas de vigilância para descobrir cepas futuras antes que se espalhem para os humanos, dando-nos uma vantagem no combate a elas."
Um estudo realizado por especialistas da Universidade de Liverpool, no Reino Unido, e publicado na última terça-feira (16) na revista Nature Communications, identifica mamíferos que são fontes potenciais para gerar novos coronavírus, incluindo espécies relacionadas a surtos anteriores, como morcego-ferradura, civetas de palmeira e pangolins.
Prever quais animais são candidatos a originar epidemias de coronavírus pode orientar abordagens para evitar a propagação entre bichos e humanos. "Novos coronavírus podem surgir quando duas cepas diferentes coinfectam um animal, fazendo com que o material genético viral se recombine", explica, em nota, a pesquisadora colíder Maya Wardeh, do Instituto de Infecção, Ciências Veterinárias e Ecológicas da universidade. "Nossa compreensão de como diferentes mamíferos são suscetíveis a diferentes coronavírus foi limitada, mas tais informações podem oferecer insights sobre onde a recombinação viral pode ocorrer."
Os especialistas usaram um sistema de machine learning para prever relações entre 411 cepas de coronavírus e 876 espécies hospedeiras de mamíferos em potencial. O método prediz os animais com maior probabilidade de serem coinfectados e, portanto, virarem hospedeiros de recombinações de coronavírus.
Os resultados sugerem que há pelo menos 11 vezes mais associações entre espécies de mamíferos e cepas de coronavírus do que estudos observaram até agora. Além disso, estima-se que o número de espécies suscetíveis a essas infecções seja 40 vezes maior do que se pensava.
"Dado que os coronavírus frequentemente sofrem recombinação quando coinfectam um hospedeiro, e que a Covid-19 é altamente infecciosa para humanos, a ameaça mais imediata à saúde pública é a recombinação de outros coronavírus com o Sars-CoV-2", avalia Marcus Blagrove, colíder do estudo.
Os pesquisadores observam que seus resultados baseiam-se em dados limitados sobre genomas de coronavírus e associações vírus-hospedeiro, e que há vieses de estudo para certas espécies animais. No entanto, testes recentes de hospedeiros mamíferos já confirmaram várias das previsões da pesquisa de Liverpool, como o cão-guaxinim, a cabra doméstica e a alpaca. Novos hospedeiros previstos incluem o macaco verde africano e o morcego amarelo asiático.
"É importante notar que recombinação viram é distinta de mutação. Recombinação ocorre ao longo de períodos maiores e pode gerar cepas ou espécies completamente novas", pontua Blagrove. "Nosso trabalho pode ajudar a direcionar programas de vigilância para descobrir cepas futuras antes que se espalhem para os humanos, dando-nos uma vantagem no combate a elas."
Reprodução: Revista Galileu
Sistema aponta mamíferos que podem originar novos coronavírus
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josé