quinta-feira, 2 de junho de 2016

Anabolizantes fazem mal, isso é fato. Mas… e os suplementos?

Academia deveria ser sinônimo de saúde, não é? Pois é. Deveria. Acontece que este nem sempre é o objetivo principal. Na verdade, o alcance de um modelo de corpo perfeito, sutilmente imposto pela mídia, costuma ser o único alvo das pessoas que lotam esses locais. E o mais irônico: muitas vezes, às custas da própria saúde.

Os suplementos de proteína têm como função básica compensar a “perda” natural desses nutrientes sofrida nos processos metabólicos. As proteínas são fundamentais no crescimento e na construção dos músculos. Significa que se não houver uma ingestão equilibrada de proteínas, não haverá ganho muscular porque, em suma, o seu corpo não terá “material” para construí-los. Dessa forma, os suplementos acabam sendo encarados como itens obrigatórios. O perigo reside no fato de que essa orientação parte, na maioria das vezes, de pessoas que não tem sequer conhecimento suficiente de nutrição para fazer esse tipo de avaliação.

A Agência de Normas Alimentares da Grã-Bretanha, por exemplo, estipula um valor ideal médio de 55 gramas de proteína por dia, para uma pessoa adulta. Mas repare que este é um valor MÉDIO. Significa que sofre variação, de acordo com cada indivíduo. Mas o que vemos nos rótulos desses produtos e nas orientações dos personal trainers são dosagens padrão, pré-programadas, sem levar em consideração qualquer diferença individual. O resultado disso vê-se em histórias como a de Joe Forrester. Adepto de uma rotina de treinamentos e uso de suplementação há vários anos, ele começou a repensar seus hábitos após acordar com uma dor forte no abdômen, a ponto de sequer conseguir pôr-se ereto. O diagnóstico? Cálculos renais por excesso de proteína. “Meu corpo simplesmente não conseguiu processar tudo, e a proteína se transformou em depósitos calcificados nos rins”.

E este não é um caso isolado. Charlayne Hart, modelo e tetracampeã mundial em fitness, passou por experiência bem parecida. “Caí na armadilha das dietas de alta proteína sem saber muito dos efeitos em longo prazo. Tive problemas graves de dor no estômago, cólon muito bloqueado e sofro de colite (inflamação do intestino grosso).”

A situação fica mais grave quando se nota que, por lei, os fabricantes sequer têm a obrigação de informar ao consumidor sobre a composição destes produtos, já que não são classificados como alimentos. Não que isso vá fazer muita diferença para os que almejam resultados rápidos. Joe Forrester salienta o quanto a ingestão de proteínas é banalizada nas academias. “Passei muito tempo na academia escutando sobre dietas malucas que recomendavam o consumo de mais de 200 gramas de proteína por dia.”, o que é um absurdo em termos nutricionais.

Para a especialista em treino pessoal Pola Pospieszalka, boa parte da responsabilidade nisso recai sobre a mídia. Segundo ela, “as revistas de fitness apelam para a vaidade, não se concentram na saúde.”. E sobre a cultura da suplementação, é categórica: “Estou convencida de que podemos tirar todos os nutrientes de que precisamos de uma dieta equilibrada.”

Fonte: bbc  Imagens: Reprodução/musculacaofacil

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Oleh

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