Participarão do mutirão as 120 crianças atendidas em junho deste ano, durante a primeira etapa do atendimento. Há dois meses, a equipe da universidade ofertou exames clínicos, radiográficos, e aplicações tópicas de flúor.
Agora, as crianças terão a oportunidade de passar por novas avaliações da cavidade bucal, do crescimento e do desenvolvimento. Estão previstas também orientações educativas aos responsáveis sobre prevenção de doenças, além de aplicações tópicas de flúor.
Após essa etapa, os bebês serão acompanhados pelos profissionais com intervalo de seis meses. O Projeto Sorriso Especial terá participação de professores odontopediatras e acadêmicos de odontologia.
A coordenadora do projeto da Uninassau, Ana Carolina Falcão, ressalta que as necessidades bucais são distintas a cada fase do ciclo vital. Assim, pais e responsáveis também precisam ser orientados, a cada etapa, sobre cuidados odontológicos específicos, por meio da educação em saúde.
Histórico
As notificações de casos de microcefalia em Pernambuco começaram há um ano. Agora, as mães de bebês portadores da malformação buscam melhorias na saúde para os filhos. A União de Mães de Anjos (UMA) começou a coletar as reivindicações de famílias de todo o estado para levar ao governo de Pernambuco.
De acordo com Germana Soares, presidente da UMA, a lista de problemas enfrentados pelas mães é extensa. Envolvendo uma rotina de remédios, vacinas, consultas médicas e benefícios.
Germana declara que o grupo já levou ao governo questionamentos mais urgentes, como a melhoria do atendimento no interior, que é precário, as vagas nos hospitais, que são insuficientes, remédios não fornecidos e vacinas especiais. Ela é mãe de Guilherme, diagnosticado com a malformação.
De acordo com o último boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES), divulgado no dia 2 de agosto, Pernambuco soma 376 bebês cuja malformação congênita foi confirmada. São 376 famílias cujas realidades foram completamente alteradas com a chegada das crianças. Desde 1º de agosto de 2015, foram mais de 2 mil casos de microcefalia notificados no estado.
O grupo de mães já se reuniu com o secretário de saúde do estado, Iran Costa, e com o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra. Para o ministério, a UMA levou considerações sobre o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Germana informa que 98% das mães que trabalhavam tiveram que sair do emprego, deixando de ter uma vida estabilizada. Agora, elas têm direito a um benefício que não é suficiente pra uma mãe que precisa comprar vários remédios, medicamentos de R$ 300.
Já para a Secretaria de Saúde, a pauta foi a melhoria na assistência para as crianças. De acordo com a SES, a ideia é manter o contato com as famílias, para ouvir as mães e entender suas demandas.
A rede solidária de mães é estruturada para auxiliar famílias em todo o estado, com núcleos no Recife, em Ipojuca, Caruaru, Belo Jardim, Salgueiro e Arcoverde. Até o fim do ano, a UMA pretende chegar também no Sertão.
Segundo Germana, o grupo de mães convive dia a dia com as dificuldades, sem muita estrutura, mas com muita boa vontade. O objetivo não é bater de frente com o governo, e sim seguir lutando pela qualidade de serviços de saúde para as crianças.
Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que o governador Paulo Câmara se reuniu três vezes com representantes de grupos de apoio às crianças com microcefalia e definiu a abertura um canal de diálogo permanente com essas famílias. A SES disse também que todos os pontos discutidos estão sendo analisados e debatidos, inclusive, com técnicos de outras pastas.
Ainda de acordo com a SES, o poder público vem ampliando a rede de atendimento às mães de bebês com microcefalia. No ano passado, eram duas instituições de saúde. Hoje, segundo o governo, são 24 e, até o fim de agosto, mais dois municípios vão contar com serviços voltados para esse público. A secretaria também negou que houvesse falta de vacina.
Já o Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário esclareceu que o ministro Osmar Terra participou de uma reunião com a UMA e o governador Paulo Câmara no dia 27 de julho. Quanto ao valor do Benefício de Prestação Continuada (BPC), o ministério afirmou que ele é estabelecido pela Constituição e que, por isso, não seria possível alterá-lo.
Novo mutirão de saúde bucal vai atender bebês com microcefalia
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josé