segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Empresa compra cocô por até 13 mil dólares/ano que, depois, é ingerido através de cápsulas por pessoas com problemas intestinais

Todas as pessoas do mundo fazem cocô e maioria delas dão descarga sem se quer examinar a benfeitoria do seu sistema digestório. Mas o que você não sabia e nem imaginava é que você pode vender seu cocô por um bom dinheiro.
Dependendo da “saúde” das suas fezes, a empresa OpenBiome pode pagar até 13 mil dólares/ano só para que você entregue para eles seu cocô de todo dia. A OpenBiome é uma organização sem fins lucrativos, viu um potencial científico nos dejetos humanos. As fezes recolhidas são usadas para desenvolver pesquisas e tratamentos de transplante fecal para salvar vidas de pessoas infectadas com Clostridium difficile, uma bactéria que é altamente resistente a antibióticos. A C. difficile pode colonizar o trato digestivo do ser humano em situações em que a flora normal tenha sido alterada pelo uso de antibióticos. A consequência clínica direta é que o paciente pode cursar com colite pseudomembranosa, responsável pela alta mortalidade, principalmente em idosos.  A pessoa infectada por esta bactéria, acaba tendo  as bactérias intestinais do bem quase dizimadas, e probióticos convencionais não são suficientes para substituí-las.
O tratamento mais indicado para infecções por C. difficile é um transplante fecal, que é realmente tão horrível quanto parece. Normalmente, os médicos usam tubos nasogástricos altamente invasivos ou colonoscopia para colocar a matéria fecal do doador no intestino de seus pacientes infectados. Um novo método consiste no uso de cápsulas de matéria fecal congelado, que descongelam no corpo e liberam o conteúdo no intestino delgado. As taxas de sucesso das cápsulas, em comparação aos tratamentos tradicionais, são de cerca de 90%.


Estas cápsulas fecais congeladas são o projeto da ONG OpenBiome e é por isso que a empresa precisa de cocô humano, para serem fabricadas.
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Como ser doador

Parece ser uma coisa banal, no entanto, nem todo cocô serve para o projeto e portanto, pode ser que você não seja um bom candidato. A primeira dificuldade é que a OpenBiome precisa de doadores que estejam perto de seu laboratório em Medford, Massachusetts (Estados Unidos) para se juntar ao registro de doadores. O doador precisa entregar seu cocô pelo menos, quatro vezes por semana durante 60 dias, quando será reavaliado com exames de sangue e de fezes e só assim as amostras anteriores são então convertidas em cápsulas e enviadas para pacientes de todo o país.
O valor pago é de 40 dólares por doação – algo em torno de R$ 120,00. Quem vai cinco dias por semana ganha um bônus de US$ 50 dólares (aproximadamente 150 reais). Isso é: 250 dólares por semana, 13 mil dólares por ano.
Reprodução: Diariodebiologia

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Oleh

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