quarta-feira, 13 de maio de 2020

Arraias e peixes da costa brasileira estão migrando para o Atlântico Norte

Analisando o DNA presente na água do mar, pesquisadores norte-americanos encontraram pela primeira vez espécies que não costumam visitar essa parte do oceano




Pesquisadores da Universidade Rockefeller, nos Estados Unidos, descobriram novos padrões de migração da vida marinha no Oceano Atlântico: pela primeira vez, espécies que habitam a costa brasileira foram encontradas na parte norte. 

Os cientistas encontraram espécimes da arraia Rhinoptera brasiliensis no norte do Golfo do México e do peixe Menticirrhus littoralis em Chesapeake Bay, no estado norte-americano da Virgínia. Segundo os especialistas, os animais vão para essas regiões nas estações mais quentes do ano no Hemisfério Norte.

É possível que essas migrações aconteçam por causa da mudança na temperatura da água ou até mesmo pelas mudanças no oceano causadas por fatores como clima, poluição química, detritos, ruído e iluminação noturna. Outra teoria é que os peixes podem simplesmente ter escapado das redes de arrasto, usadas na pesca.

Para realizar o estudo, publicado na revista científica Frontiers in Marine Science, os cientistas analisaram o DNA encontrado na água do mar. Eles coletaram o líquido do oceano duas vezes por mês entre os anos de 2017 e 2019. O material foi filtrado para concentrar o material genético liberado pelos animais quando nadam, defecam, se machucam ou morrem. Por fim, foi feita a análise desse material em um software que conta o número de cópias de cada sequência genética, e os pesquisadores buscaram correspondentes em uma biblioteca de referência online.

Segundo Mark Stoeckle, autor da pesquisa, o próximo passo é relacionar a concentração do DNA de uma espécie com sua abundância na água. "Se as amostras de água puderem fornecer um índice do número ou peso total de peixe de uma dada espécie em uma área oceânica definida, é possível prever um potencial salto para a pesca sustentável e o monitoramento dos oceanos", disse, em nota. "Isso melhora a racionalidade com a qual as cotas de peixes são definidas e a qualidade e confiabilidade de seu monitoramento em todo o mundo", complementa o especialista.

Reprodução: Revista Galileu

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Oleh

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