Os “superanticorpos” desenvolvidos por um pequeno grupo de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus, que possuem uma grande capacidade de neutralizar o Sars-CoV-2, podem ser a nova arma da ciência para frear de vez o avanço da pandemia, juntamente com a vacinação em massa iniciada recentemente, em diversos países.
Uma das pessoas que possuem esses anticorpos raros é o gerente de comunicações da George Mason University John Hollis. Em entrevista à NBC na última quinta-feira (14), ele contou ter se infectado durante uma viagem à Europa com o filho, em março de 2020, antes do fechamento temporário dos aeroportos americanos.
Logo após retornar do continente europeu, Hollis apresentou uma leve congestão nasal, na época associada à sinusite, cujos sintomas desapareceram em pouco tempo. Mas ele acabou transmitindo (sem querer) a covid-19 para o colega de quarto, que teve uma reação completamente diferente, ficando mais de um mês isolado e em estado grave.
Sem saber que ficou doente e já estava imune, ele resolveu se oferecer para participar de um estudo conduzido pela universidade onde trabalha, localizada em Fairfax, no estado da Virgínia, e aí veio a grande surpresa. Os responsáveis pela pesquisa descobriram que ele apresentava superanticorpos contra o novo coronavírus.
Encontrados em apenas 5% dos infectados
John Hollis mantém todos os cuidados de prevenção contra a covid-19, mesmo tendo uma "super proteção" contra o coronavírus.
Algumas semanas depois de ceder o material para os cientistas, John recebeu uma ligação do patologista e bioengenheiro Lance Liotta. O líder do estudo contou que ele não só já tinha contraído a doença como também trazia em seu sangue anticorpos raros, desenvolvidos em apenas 5% dos infectados pelo Sars-CoV-2.
Outra descoberta feita por Liotta e sua equipe é que os superanticorpos de Hollis ainda estavam em níveis elevados no material analisado, mesmo tendo se passado alguns meses da contaminação. Eles foram capazes de eliminar seis cepas diferentes do novo coronavírus nos testes em laboratório.
A pesquisa revelou que os poderosos anticorpos do gerente de comunicações mantiveram pelo menos 90% de sua força nove meses após ele ter pegado covid-19. O resultado indica uma forte imunidade presente no voluntário, protegendo-o contra a reinfecção em todo esse período.
Curiosamente, os anticorpos semelhantes encontrados em outras sete pessoas, nos testes realizados pela equipe de Liotta, mostraram uma força bem menor em comparação com os de Hollis, desaparecendo após um período entre 60 e 90 dias.
Algumas semanas depois de ceder o material para os cientistas, John recebeu uma ligação do patologista e bioengenheiro Lance Liotta. O líder do estudo contou que ele não só já tinha contraído a doença como também trazia em seu sangue anticorpos raros, desenvolvidos em apenas 5% dos infectados pelo Sars-CoV-2.
Outra descoberta feita por Liotta e sua equipe é que os superanticorpos de Hollis ainda estavam em níveis elevados no material analisado, mesmo tendo se passado alguns meses da contaminação. Eles foram capazes de eliminar seis cepas diferentes do novo coronavírus nos testes em laboratório.
A pesquisa revelou que os poderosos anticorpos do gerente de comunicações mantiveram pelo menos 90% de sua força nove meses após ele ter pegado covid-19. O resultado indica uma forte imunidade presente no voluntário, protegendo-o contra a reinfecção em todo esse período.
Curiosamente, os anticorpos semelhantes encontrados em outras sete pessoas, nos testes realizados pela equipe de Liotta, mostraram uma força bem menor em comparação com os de Hollis, desaparecendo após um período entre 60 e 90 dias.
Uso em medicamentos
Desde agosto, Hollis tem doado amostras de saliva e sangue à universidade, a cada duas semanas. Os pesquisadores estão testando maneiras de usar os superanticorpos dele para neutralizar o Sars-CoV-2 de forma mais eficiente.
Uma das possibilidades é utilizá-los na produção de medicamentos que aumentem a proteção da população contra o novo coronavírus, desenvolvendo opções como o remédio Regeneron, coquetel de anticorpos ministrado a Donald Trump depois que ele testou positivo para a doença.
Desde agosto, Hollis tem doado amostras de saliva e sangue à universidade, a cada duas semanas. Os pesquisadores estão testando maneiras de usar os superanticorpos dele para neutralizar o Sars-CoV-2 de forma mais eficiente.
Uma das possibilidades é utilizá-los na produção de medicamentos que aumentem a proteção da população contra o novo coronavírus, desenvolvendo opções como o remédio Regeneron, coquetel de anticorpos ministrado a Donald Trump depois que ele testou positivo para a doença.
Na próxima fase do ensaio clínico também serão realizados testes em pessoas que receberam a vacina, com o objetivo de verificar se a produção de anticorpos semelhantes a estes foi induzida no organismo após a aplicação do imunizante.
Enquanto isso, Hollis contou que ainda usa máscara e optou por manter o distanciamento social, mesmo apresentando uma “super proteção” contra a covid-19.
Enquanto isso, Hollis contou que ainda usa máscara e optou por manter o distanciamento social, mesmo apresentando uma “super proteção” contra a covid-19.
Reprodução: Tecmundo
'Superanticorpos' são a nova aposta para combater a covid-19
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Oleh
Pedro Rios