Para piorar essa possível teoria da conspiração, os médicos alegam que o Pyriproxyfen é produzido pela Sumitomo Chemical – uma empresa japonesa que tem parceria com a Monsanto, que é uma das líderes mundiais no ramo da biotecnologia agrária e tem diversos contratos comerciais com a América Latina.
“Não são coincidências”
Para reforçar ainda mais essa tese, que vai na contramão do que está sendo estudado hoje em dia, o jornal Washington Post publicou uma matéria com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, explicando que o surto de microcefalia pode ter outra causa além do zika. Santos explica que foram diagnosticadas mais de 3 mil grávidas com o vírus em seu país – e nenhuma delas desenvolveu bebês com microcefalia. Além disso, o The New York Times apontou que, de 404 casos estudados, apenas 17 também apresentaram o zika. Curiosamente, o Pyriproxyfen atua como pesticida justamente inibindo que algumas fases da larva do mosquito cheguem a se desenvolver. Os insetos nascem com malformação ou sequer chegam a completar seu ciclo larval. A Sumitomo explica, porém, que a própria Organização Mundial da Saúde classifica o pesticida como sendo de risco relativamente baixo.
“As malformações detectadas em milhares de crianças de mulheres grávidas que vivem em áreas onde o Estado brasileiro adicionou Pyriproxyfen à água potável não são uma coincidência, apesar de o Ministério da Saúde colocar a culpa direta sobre o vírus zika para este dano”, alerta o relatório dos médicos argentinos.
Mas antes de falar que os hermanos estão querendo causar comoção ao meter o bedelho na nossa saúde pública, saiba, também, que existem diversos médicos brasileiros que concordam com essa opinião. Foi lembrado que durante anos o vírus zika passou praticamente batido pelas autoridades sanitárias – mesmo em áreas nas quais mais de 75% da população já foi infectada. Seus sintomas mais comuns são febre baixa e dores nas articulações das mãos e dos pés.
A Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) condena o uso de controladores químicos para oAedes aegypti, já que, além de não estar surtindo efeito real na diminuição dos mosquitos transmissores da dengue e do zika, eles podem estar contaminando a água potável e sendo um dos possíveis causadores da microcefalia. Isso porque, mesmo que a OMS qualifique o Pyriproxyfen como sendo de baixo risco, seus testes foram feitos em outros mamíferos, e não em humanos.
Outro problema, para a entidade, é que as próprias empresas responsáveis pelo controle do mosquito estariam por trás da manipulação dos resultados para que apenas o zika seja apontado como causador dos surtos de microcefalia. Isso tudo para não ferir contratos comerciais com empresas de inseticida, como a Sumitomo, ou de mosquitos modificados geneticamente, como a inglesa GM Oxitec.Que você pode ler sobre, aqui.
Soluções
Tanto a Abrasco quanto a associação de médicos argentinos defendem que a melhor maneira de combater essas doenças é através de ações comunitárias e de controle para que o Aedes aegypti não se reproduza. Ambas apontam, por exemplo, que em El Salvador foi adotada a tática de colocar peixes em lugares com água parada – esses animais se alimentam das larvas do mosquito e ajudam na eliminação do inseto. Ao menos foi isso que ajudou o país a se livrar do surto do dengue.
Se isso tudo é uma grande conspiração governamental para continuar com seus contratos comerciais, pelo jeito a população só vai descobrir com o tempo. Enquanto isso, novos casos de microcefalia estão pipocando e desafiando a medicina. Um estudo publicado nesta quarta-feira (10), pelo The New England Journal of Medicine, mostrou traços do DNA do vírus zika no cérebro de um bebê que nasceu com microcefalia e diz que há relação direta entre as duas coisas. Seria apenas essa a causa dessa condição?
fonte:Megacurioso
Microcefalia pode estar sendo causada por inseticida usado contra mosquito
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