quarta-feira, 5 de abril de 2017

Pais submetem filha a tratamento que inibe o crescimento para que ela seja “criança” para sempre.

Charley Hooper nasceu em 2005 quando, durante o parto, teve uma parada respiratória danificando gravemente seu cérebro. A menina nunca enxergou, não pode falar e nem andar. Hoje, ela tem um grau de desenvolvimento cerebral equivalente a de um bebê de poucos meses. Seus pais jamais a abandonaram e decidiram que ela seria uma integrante da família e participaria de todas as atividades possíveis. Eles decidiram tomar uma decisão inovadora!
Quando ela tinha 2 anos, descobriram um tratamento hormonal que inibe o crescimento, e será capaz de mantê-la como uma criança para sempre. Na época, o tratamento foi duramente criticado sob o argumento que os pais estavam sendo egoístas ao quererem facilitar suas vidas, mas não necessariamente a vida da menina, que teve o procedimento imposto sem possibilidade de consentimento.
Os pais, que vivem com a menina na Nova Zelândia, tiveram que buscar o tratamento em outro país, por total oposição governo neozelandês. Aos 4 anos de idade a menina foi com os pais para a Coreia do Sul, onde encontraram um médico que acreditou na proposta dos pais e aceitou o tratamento hormonal. O tratamento funciona com a aplicação, na pele, de emplastros com o hormônio estrogênio que são trocados uma vez por semana.
Os pais disseram que já foi possível notar a diferença em poucos dias. Logo após o início do tratamento os ataques epiléticos diminuíram e os membros da menina, antes sempre rígidos, ficaram mais flexíveis. Uma vez que, uma das possíveis razões para optar pelo tratamento seria o fato de o estrogênio alterar a atividade neurológica relaxando os músculos. Quando o corpo começa a produzir os hormônios sexuais, há uma aceleração do crescimento. Uma vez que os níveis se estabilizam, o crescimento estanca. Então, é possível alcançar um crescimento desejado por meio da manipulação hormonal.
Mesmo com os sintomas da deficiência terem melhorado, segundo os pais, muita gente ainda é contra este tipo de tratamento. Amanda Mortesen que trabalha na Scope, conhecida ONG britânica voltada para pessoas com deficiência, tem uma filha de 15 anos com a mesma deficiência e diz sem medir palavras:  “É minha opinião pessoal e não julgo ninguém. Mas quando ouvi sobre isso, fiquei aterrorizada. A menina é um indivíduo, tem direitos como pessoa. Mudar o rumo de seu crescimento é algo que eu nunca consideraria.”
Mas, a mãe da menina Charley se defende: “Não fiz isso porque era mais fácil, obviamente. Sei que é algo que não me faz ganhar amigos, mas não é para isso que estou aqui. De todo mundo que me diz que eu ‘deveria fazer isso ou não fazer’, ninguém vem aqui domingo à noite me ajudar a cuidar dela. Ela tem 25 quilos e terá esse peso pelo resto da vida. Tenho zero culpa, nenhum arrependimento mesmo, no que diz respeito ao tratamento. Impedir seu crescimento foi um ato de amor”.
Reprodução: Diariodebiologia

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Oleh

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