sexta-feira, 10 de abril de 2020

Crânios de embriões de dinossauro sul-africano são recriados em 3D


Uma equipe de cientistas coordenada por pesquisadores da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul, reconstruiu em detalhes os crânios de antigos embriões de dinossauros. Os resultados sugerem que eles se desenvolviam na mesma ordem que os crocodilos, galinhas, tartarugas e lagartos atuais.

O estudo, publicado nesta quinta-feira na revista científica Scientific Reports, mostra como os especialistas analisaram os embriões pertencentes ao icônico dinossauro sul-africano Massospondylus carinatus, um herbívoro com cerca de cinco metros de comprimento que viveu há 200 milhões de anos. Eles foram encontrados em 1976 e seu crânio, muito sensível, possui apenas dois centímetros.

Pensando nisso, os paleontólogos Kimi Chapelle e Jonah Choiniere levaram os materiais ao Síncrotron Europeu, na França, para serem digitalizados. O local é um acelerador de partículas com um anel de elétrons de 844 metros capaz de emitir feixes de raios-X de alta potência sem danificar os fósseis. Com todo esse aparato, os embriões puderam ser escaneados com a resolução de uma célula óssea individual.


Com os dados em mãos, os pesquisadores conseguiram reconstruir um modelo 3D dos crânios de filhote de dinossauro. Assim, os autores descobriram que eles eram muito mais jovens do que se pensava e haviam completado apenas 60% de seu período de incubação.

A equipe também descobriu que cada embrião tinha dois tipos de dentes preservados em suas mandíbulas em desenvolvimento. Uma delas era composta por dentes triangulares muito simples. O segundo conjunto de dentes era muito parecido com o dos dinossauros adultos e seria aquele com o qual os embriões nasciam. "Fiquei realmente surpreso ao descobrir isso. Os dentes são muito pequenos: variam de 0,4 a 0,7 milimetros de largura. É menor que a ponta de um palito de dente!", explica a paleontóloga Kimi Chapelle.

Por fim, os pesquisadores concluíram que os dinossauros se desenvolveram no ovo exatamente como seus parentes reptilianos, cujo padrão de desenvolvimento embrionário não mudou em 200 milhões de anos. "É incrível que, em mais de 250 milhões de anos de evolução de répteis, a maneira como o crânio se desenvolve no ovo permanece mais ou menos a mesma", conclui Jonah Choiniere, professor na Universidade de Witwatersrand e também coautor do estudo.

Reprodução: Revista Galileu

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Oleh

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